Fazer intercâmbio em família está cada vez mais comum. Pais e mães que tem vontade de estudar e morar fora por um tempo acabam incluindo os filhos no plano, e partem para uma jornada de desafios, aprendizado e também, é claro, descobertas e diversão. O melhor de viver essa experiência em família é que um apoia o outro durante essa “aventura” num país desconhecido.
Em uma série de posts, nós contamos aqui no site da Tagarela Intercâmbios como tem sido a jornada de famílias de estudantes na Austrália.
Neste post você vai conhecer a história de intercâmbio da Poliana Dohler, do Tiago dos Santos e do filho deles, Henrique, que chegaram na Austrália em 2020, pouco antes das fronteiras do país fecharem por causa da pandemia da COVID-19, e que já moraram em duas cidades diferentes no país.
Planejamento e chegada ao país
Poliana e Tiago são de Belo Horizonte, e quando o filho deles, Henrique, tinha cerca de quatro anos de idade, ao conversar com um primo do Tiago que já morava em Sydney e falou sobre a Austrália, despertou neles a vontade de fazer intercâmbio no país, para, como o Tiago explica, “aprender um novo idioma e ter mais chances no futuro”.
Com a ideia formada, para explicar ao Henrique sobre o intercâmbio, Poliana conta como foi: “Começamos a falar com ele sobre as coisas positivas que ele teria aqui. Procuramos sempre mostrar as coisas boas. Mostramos vídeos da Austrália. Mas também falamos das possíveis dificuldades que poderíamos ter. Sempre conversamos com ele sobre tudo, numa linguagem infantil”.
Depois de seis meses de preparativos, a família embarcou rumo à Austrália. Um fato curioso é que eles chegaram no país exatamente uma semana antes das fronteiras do país fecharem para a entrada de estrangeiros, em março de 2020, por causa da pandemia da COVID-19. A pandemia, aliás, fez com que a adaptação deles ao novo país fosse ainda mais desafiadora.
Adaptação
Sobre a fase inicial, de adaptação ao novo país, nova língua e nova cultura, Tiago explica que não foi fácil, e que com a pandemia a situação ficou um pouco mais difícil. “No início foi difícil, pois logo quando chegamos as fronteiras (do país) fecharam, então tinha pouca opção de trabalho. Mas como tudo é passageiro, se você focar no seu objetivo, ainda que difícil, aos poucos você consegue”.
Tiago diz que Henrique não teve problema quanto ao aprendizado do idioma. “O Henrique aprendeu inglês muito rápido, não tivemos problemas com ele na escola. Ele sempre foi muito sociável e, por incrível que pareça, no Brasil já gostava de ver desenhos em inglês. Deve ser algo do destino”, brinca.
Estudos, trabalho e cuidados com o filho
A família optou que o Tiago fosse o titular do visto de estudante, então ele focaria nos estudos e a Poliana cuidaria mais do filho, já que veio como dependente do Tiago no visto. Os dois trabalhavam, mas a Poliana ficava mais em função do Henrique.
Sobre a correria do dia-a-dia para conciliar trabalho, estudos, tarefas domésticas e cuidados com filhos, Tiago diz o seguinte: “Ainda assim (com a rotina intensa) sempre tentamos ter um momento em família. Tudo é difícil no início, tudo novo. O casal precisa estar conectado para as coisas fluírem, e ainda sim há momentos de estresse”.
Gastos
Poliana também ressalta que os gastos são maiores para quem faz intercâmbio em família, ainda mais para quem tem filhos em idade escolar, já que o valor anual da escola da criança pode ser alto, variando de um estado para outro dentro da Austrália, e, dependendo do local, pode ter relação também com o curso que o titular do visto está fazendo, pois em South Australia, por exemplo, estudantes que fazem curso VET, profissionalizante, ou de ensino superior, tem desconto na escola das crianças.
O gasto é mais alto também por causa do OSHC, Overseas Student Health Cover, seguro de saúde obrigatório para estudantes e seus dependentes na Austrália, pois no caso do intercâmbio em família é cobrado um valor para que toda a família receba a cobertura do seguro.
Mas apesar de o intercâmbio em família ser mais caro do que o intercâmbio individual, Tiago destaca o lado bom de estar em família na Austrália: “A família é o combustível, você tem com quem rir e chorar, cair e levantar. Você tem com quem contar”.
Mudança de cidade
Com o passar do tempo, Tiago e Poliana dizem que se encantaram pelo país por causa das belezas, da cultura e das oportunidades que viram que teriam aqui. “A segurança, o poder de compra, mesmo trabalhando menos. Mas também a oportunidade do nosso filho aprender um idioma, ter contato com várias culturas e respeitar a individualidade do outro” são os pontos que o casal destaca.
Ao decidirem ficar mais tempo no país, a opção de Tiago foi fazer um curso VET, profissionalizante, de carpintaria (carpentry) e a família resolveu se mudar de Sydney para Adelaide, capital de South Australia, por ser área regional e ter um custo de vida mais baixo. Tiago conta sobre a mudança: “Nos três primeiros meses foi difícil, mais um recomeço. Mas depois você começa a conhecer pessoas, ter network e tudo vai se ajeitando”.
Estar longe dos que ficaram no Brasil
Ao falar da distância do restante da família, que está no Brasil, Poliana diz que é difícil lidar com isso, mas destaca: “Qualquer escolha na vida tem prós e contras. É muito importante sempre conversar com a família sobre seus objetivos para que eles entendam que tudo passa, e que no futuro pode ser bom para todos. Também é importante entender que quando nos casamos, formamos a nossa família. Para nós, apesar da saudade, de dias difíceis, ainda assim há mais prós do que contras. Amamos a Austrália!”.
Conselho para futuras famílias intercambistas
Perguntamos ao Tiago e à Poliana sobre os conselhos que eles podem dar a famílias que estão pensando em vir para a Austrália fazer intercâmbio.
“Não venham só preparados financeiramente. Venham também com o emocional, o psicológico preparados, e fortes para todos os desafios. Não venham com o pensamento de turistas, que serão só passeios e alegrias. Venham com o pensamento de ser resilientes”.
Sobre a relação deles com a Tagarela Intercâmbios, agência que já os acompanha há algum tempo, o casal diz: “Foi a melhor agência que tivemos aqui. Sempre nos orientaram sobre qualquer dúvida. Muito prestativos, mesmo quando a Tagarela ainda não era a nossa agência”.
Fotos: Arquivo pessoal