É mais comum do que se imagina que profissionais aproveitem o intercâmbio para mudar completamente de área de trabalho.
O motivo dessa opção varia bastante, e o foco pode ser a conquista de um visto de trabalho ou permanente no país, ter uma carreira que te ofereça mais possibilidades na Austrália, a insatisfação com o trabalho anterior ou até mesmo uma mudança completa de vida, nos mais variados aspectos, incluindo o profissional.
Nesse post você vai conhecer a história da Patricia Mamede, estudante da Tagarela que vive em Melbourne e, antes mesmo de embarcar para a Austrália, já sabia que queria deixar a advocacia, à qual se dedicou por oito anos no Brasil.
Ela agora faz um curso de Commercial Cookery na MCIE, instituição parceira da Tagarela, e já trabalha como chef de cozinha em um restaurante e um café.
Relação com o Direito
Patricia é natural de Iturama, no interior de Minas Gerais, e se mudou para São Paulo com o objetivo de fazer a faculdade de Direito. Ela conta que fez estágios ao longo do curso, se formou em 2014 e logo começou a trabalhar como advogada, atuando na profissão durante 8 anos.
“Eu sempre tive afinidade pela área de humanas, mas sinceramente não acho que temos maturidade suficiente para escolhermos a nossa profissão quando jovens. Apesar do Direito ter me proporcionado algumas boas experiências e aprendizados, eu já havia perdido o interesse ainda na graduação, mas resolvi finalizar o curso e tentar atuar na área”, diz Patricia ao explicar que foi algo natural ela querer mudar de profissão depois de alguns anos atuando como advogada.
Decisão de fazer intercâmbio
Patricia conta que fazer intercâmbio já era um desejo de muitos anos, mas que precisou se organizar financeiramente e emocionalmente antes de estar pronta para embarcar.
“Decidi pela Austrália em 2020, após muita pesquisa e troca de informações com pessoas próximas que viveram o mesmo contexto. Segurança, qualidade de vida, clima e oportunidades de trabalho com melhores salários foram essenciais na minha decisão”.
Já a escolha da cidade de Melbourne como destino, Patricia explica que tem relação com seu estilo de vida.
“Melbourne já é minha cidade do coração. Considero que aqui temos segurança, um bom transporte público e muitas oportunidades de trabalho. Mas o que mais me chamou atenção foi a vida cultural e gastronômica. Tudo acontece ao mesmo tempo e acho isso incrível”.
Mudança de profissão
Quando decidiu fazer intercâmbio, Patricia já sabia que aproveitaria a mudança de país para fazer um curso de acordo com seu objetivo de mudar de profissão.
“Eu sempre adorei cozinhar e já tinha vontade de estudar para aprender as técnicas e todo esse mundo por trás das cozinhas. A mudança de profissão estava diretamente ligada com o intercâmbio e acredito que a Austrália nos dá essa possibilidade de qualificação profissional”.
Sobre a escolha da nova profissão, ela conta que sempre foi curiosa pelas técnicas culinárias, que procurava saber sobre a história de chefs de cozinha que admirava, e estava sempre ligada em programas de tv e receitas para tentar reproduzir.
“Veio daí minha escolha. É uma profissão cheia de detalhes, super desafiadora e é preciso que se tenha consciência disso, mas cozinhar exige amor! Nada mais confortante do que servir um prato e ver o sorriso no rosto de quem experimentou e adorou”.
Curso e experiência de trabalho numa cozinha comercial
Ao falar do curso VET, técnico, de Commercial Cookery (Culinária Comercial) na MCIE, Patricia conta que está bem satisfeita com a escolha.
“Estou amando! Optei pela qualificação completa que dura 2 anos e o curso é composto por aulas práticas e teóricas com uma grade bastante ampla. Aprendemos desde técnicas mais simples até as mais complexas e temos todo o suporte necessário da escola, além de conviver com pessoas do mundo todo. É um mix de culturas”.
Ela também destaca que a experiência fica ainda mais interessante quando, além dos estudos, o aluno vive a rotina de trabalho numa cozinha comercial.
“No meu caso, trabalho em um café e um restaurante. Divido meu tempo em dois locais que me proporcionam experiências, técnicas e principalmente ingredientes diferentes. Isso muda tudo e o aprendizado fica fluido”.
Por que mudar de profissão no intercâmbio
Patricia acredita que não teria mudado de profissão se tivesse permanecido no Brasil.
“A valorização do trabalho é diferente no Brasil e muitas profissões não têm o valor que deveriam ter. Os chefs de cozinha são exemplos disso porque estudam gastronomia, fazem um bom trabalho no dia a dia e muitas vezes não são reconhecidos. Possivelmente eu estaria trabalhando como advogada pensando em mudar de área em algum momento, mas sempre com receio do que estaria por vir”.
Para aqueles que pensam em iniciar uma nova carreira durante o intercâmbio, ela deixa um recado: “É possível mudar. Tenham coragem para encarar esse desafio! Se organizem para ter um plano bem traçado. Assim, a caminhada de vocês ficará mais leve. Um novo país exige adaptação, mas tenho sentido todos os dias o quanto vale a pena essa experiência”.
Ela considera o intercâmbio uma ótima oportunidade para quem quer mudar de vida, nos mais variados aspectos.
“A Austrália é especial porque aqui aprendo todos os dias a respeitar as diferenças, já que são muitas pessoas do mundo todo. Se comunicar em inglês e evoluir no idioma, ter segurança, oportunidade de trabalhar, mas também ter momentos de lazer são para mim aspectos super relevantes que o intercâmbio proporciona nesse contexto de mudança de vida”.
Planos para o futuro
Já bem ambientada à vida em Melbourne e à nova profissão, Patricia diz que seu objetivo atual é terminar o curso de Commercial Cookery e aproveitar cada dia dessa jornada, equilibrando estudos, trabalho e momentos de lazer.
Ela e a Fernanda, sua companheira, fizeram uma consulta com a Lohraine Mendonça, agente de imigração registrada da Tagarela Migration, em março de 2023, meses antes do visto de estudante delas vencer, para traçar um plano de ficar na Austrália e tentar conquistar a residência permanente no país.
“Temos a intenção de permanecer na Austrália trabalhando na área de hospitalidade e aqui nos estabelecermos, eu e Fernanda. Nos organizamos desde o início para que a nossa estratégia de imigração seja feita da melhor forma possível e estamos super felizes com o resultado até aqui”.
Adorei a matéria. Vontade de ter um relógio do tempo. Sinto que a idade me deixa mais receosa. Olha que sou abusada kkkk.
Que bom que gostou da matéria, Liah! Nunca é tarde para mudar. 🙂