São variadas as profissões na Austrália que têm alta demanda de emprego e carência de profissionais qualificados. Com isso, é natural que estudantes internacionais e imigrantes ocupem essas posições, e em alguns casos consigam trabalho em determinadas áreas mesmo antes de ter o domínio da língua inglesa.  

Esse é o caso do Renato Martins, que chegou em Adelaide, capital de South Australia, junto com a esposa Letícia, em maio de 2023, e em junho já estava empregado como marceneiro, profissão que exercia no Brasil. 

A função de “Joiner”, profissional que monta peças de madeira para uma obra, mas fora do ambiente da construção, algo semelhante à marcenaria, está hoje, junho de 2023, na principal lista de profissões em demanda do governo australiano, que é a Medium and Long-term Strategic Skills List (MLTSSL). Quem tem uma ocupação nessa lista pode aplicar para uma grande variedade de vistos australianos, temporários e permanentes.*

Neste post você vai conhecer um pouco da história do Renato e saber como ele conseguiu trabalho na área dele de atuação apenas duas semanas depois de chegar na Austrália, e mesmo sem falar inglês. 

Renato e a esposa Letícia em Adelaide, capital de South Australia, cidade que escolheram para fazer intercâmbio na Austrália.

Relação com a marcenaria

Durante oito anos Renato trabalhou como marceneiro no Brasil, por influência do irmão, que já trabalhava na área, e conseguiu para ele um trabalho como aprendiz. Tudo o que aprendeu, foi na prática, já que ele nunca fez nenhum curso de marcenaria. 

Quando decidiu vir para a Austrália, há cerca de um ano e meio, Renato, que morou durante três anos e meio com a esposa no Japão, trabalhando fora da área dele, em uma fábrica de componentes eletrônicos, já sabia que na terra dos cangurus havia carência de profissionais no ramo de marcenaria, e viu na experiência que tinha, de fazer móveis planejados, a possibilidade de conseguir ingressar rapidamente nesse setor. 

Um dos móveis feitos pelo Renato, que trabalhou como marceneiro no Brasil por oito anos.

Proposta de emprego em duas semanas 

O que ele não esperava era que conseguiria trabalho de marceneiro tão rápido, já que ainda não tem o domínio da língua inglesa. 

Com apenas duas semanas de Austrália, depois de ter procurado vagas através do Facebook, com a ajuda de um amigo que mora em Gold Coast e o indicou, Renato recebeu várias propostas de emprego, inclusive em outras cidades, como Sydney, Melbourne e Brisbane, mas aceitou a oferta que teve na cidade onde já estava: Adelaide. 

Isso sem contar as vagas que ele teve que descartar porque exigiam que o candidato tivesse inglês para se comunicar com os clientes. 

Trabalho de marceneiro na Austrália

Renato está trabalhando em uma empresa australiana e a função dele é de montar móveis na fábrica. Ele diz estar gostando do emprego, mas confessa que o inglês faz falta: “Consigo me virar bem porque já sei fazer o trabalho. Uso o inglês apenas para conversar com os colegas ou quando me pedem para fazer algo. Mas é importante saber o idioma para poder falar com os clientes e se desenvolver na profissão”. 

Sobre as diferenças entre ser marceneiro no Brasil e na Austrália, Renato diz que no Brasil ele fazia um trabalho mais manual. “Eu cortava, montava e instalava os móveis na casa do cliente. Aqui na Austrália a máquina corta, portanto eu apenas monto e por enquanto ainda não faço instalação externa”. 

Quanto à valorização da profissão, Renato avalia que na Austrália quem trabalha com marcenaria tem melhores salários e condições de trabalho do que no Brasil. “Recebemos mais, a carga horária é mais flexível e os equipamentos são de melhor qualidade”. 

Planos para um futuro na Austrália

Apesar de recém-chegados ao país, Renato e Letícia já fazem planos de ficar bastante tempo por aqui. Neste momento, Letícia está como aplicante principal do visto de estudante e frequenta um curso de inglês, enquanto Renato é dependente dela no visto. 

Quando o visto atual expirar, a ideia do casal é trocar: Renato passar a ser titular no visto de estudante e Letícia se tornar dependente do marido no visto, para que ele estude inglês e conquiste o nível exigido para validar a profissão no país e se desenvolver aqui na área de marcenaria. E os planos já estão traçados: “Penso em trilhar um caminho para no futuro tentar conquistar a residência permanente no país e depois poder empreender na área de marcenaria”. 

Por falar em futuro, para quem pensa em vir para a Austrália trabalhar com marcenaria, Renato diz que há muitas oportunidades nessa área no país, mas que “quem não tem inglês, tem que saber fazer o trabalho. Já quem sabe inglês, pode aprender a fazer o trabalho aqui, fazendo um curso e até mesmo na prática, com os próprios empregadores”. 

Cursos de marcenaria e carpintaria na Austrália

Várias instituições de ensino na Austrália oferecem cursos técnicos (VET) de “Joinery”, um tipo de marcenaria, e “Carpentry”, carpintaria. Há cursos que incluem as duas modalidades, já que ambas as profissões estão em alta demanda no país.

A Tagarela Intercâmbios tem parceria com a Alliance College, instituição de ensino que atua há 40 anos na Austrália e oferece cursos de inglês e técnicos (VET), entre eles, o de carpintaria. Para saber mais sobre o curso e a escola, solicite o atendimento de um dos nossos consultores, clicando aqui.   

Informação importante sobre imigração através das profissões que estão na lista do governo australiano: 

*A MLTSSL, principal  lista de profissões em demanda do governo australiano, está constantemente passando por alterações. Sendo assim, uma profissão pode sair ou entrar na lista a qualquer momento, por determinação do departamento de imigração australiano. Por isso, e porque cada profissional tem um perfil diferente, é fundamental que uma pessoa que queira trilhar um caminho para conquistar um visto de trabalho ou um visto permanente na Austrália consulte um agente de imigração registrado. Caso essa seja a sua vontade, agende uma consulta com um dos profissionais da Tagarela Migration.

Sobre o autor

Mariana Gotardo

Mariana Gotardo é jornalista com experiência de mais de 20 anos em TV no Brasil. Já foi repórter, apresentadora e editora. Desde 2015 mora na Austrália e produz conteúdo sobre intercâmbio em texto e vídeo.

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