Confira o depoimento do Victor que morou na Austrália entre 2012-2014, fez AcroYoga, trabalhou em uma empresa de abseiling limpando os vidros da Ópera House e tem muita experiência pra compartilhar!

Fala galera, blz??

Eu sou o Victor, hoje tenho 26 anos e moro, atualmente, em Ribeirão Preto.

Fiz amizade com a Nina lá na Australia, no meu primeiro trabalho, onde a senhorita Tagarela me ajudou demais.

Eu me mudei para a Australia no ano de 2012, com a intenção de ficar lá por dois anos. Eu estudava, e ainda estudo, na Universidade de São Paulo, cursando Direito =/ e tinha em mente regressar ao nosso querido país com o intuito de me formar (o que está quase para acontecer, ufa.)

Quando estava para ir para a Aus, tinha certo medo, certo receio, pois minha vontade de conhecer a terra dos cangurus era gigante, era um plano de vida. O processo de visto foi muito tranquilo. Alguns exames foram feitos, alguns documentos foram pedidos, mas como eu nunca tinha ido para lá, assim como nunca havia pedido para estudar nada por lá, o processo foi fácil. Claro, o meu vínculo com a faculdade facilitou muito o processo. Na verdade, esse foi um dos motivos pelos quais decidi viajar durante a faculdade, além de me obrigar a voltar, sabia que o visto sairia mais fácil assim.

Victor TapiasBom, depois desse processo todo (não pela demora na saída do visto ou por qualquer problema, mais por um processo meu mesmo, que tive esse plano matutado por mais de dois anos em minha cabeça), lá fui eu para a terra dos cangurus, mas não antes de uma parada pela Africa do Sul por onde mochilei por doze dias (sem falar um cazzo de inglês).

A recepção na Oz foi sensacional, inclusive com uma ajuda de um desconhecido no metrô que sacou seu iPhone (ainda nada popular no Brasil) para procurar a rua que eu estava atrás. Por já ter mochilado antes, não quis ir para nenhuma casa de família. Fechei um hostel por 3 noites e sabia que iria conseguir me virar logo depois disso. Dito e feito, demorei os 3 dias e mais 2 para conseguir o meu primeiro emprego, lavando pratos em uma cantina italiana. No segundo dia meu currículo já estava pronto e impresso, quando então saí por Sydney andando e entregando-o em qualquer restaurante que estivesse aberto.

Quando me perguntavam se eu já havia lavado pratos eu sempre dizia que sim (pelo menos dizer que sim eu já sabia), mesmo que nunca tivesse lavado nada além dos meus pratos em casa. O primeiro lugar que me aceitou me pagou por um dia e claro, nunca mais me chamou de volta. Já da segunda vez a experiência foi mais legal e, graças a um italiano sangue bom demais chamado Daniel, consegui um emprego part-time. Dois dias depois consegui outro emprego de garçom em um restaurante latino. No primeiro dia de serviço neste local, liguei para a pessoa que tinha me contratado para dizer que não iria, pois meu inglês ainda deixava a desejar, o que não rolou, acabei indo ( não consegui entender nada do que o cara me disse no telefone além de um NO PROBLEM, COME COME). Sendo assim, fui para meu primeiro dia de trabalho como garçom na Australia e, como nunca, suei. Mas a vida por lá nos ensina muitas coisas, sendo que quando não entendia o que um gringo me dizia (só vendia bebidas escritas em um cardápio, o que facilitava a vida), eu simplesmente o pedia para escrever em minha comanda o que ele estava querendo.

Após três semanas de sofrimento com aquelas situações inusitadas, devido ao fraco inglês, encontrei outro trabalho, um trabalho que eu não precisava falar, graças a um brasileiro que encontrei na sala de estudos da escola (Bonno). Virei motorista de um mini-caminhão, entregando doces em coffee shops durante a madrugada ozzy. Após três meses no emprego mais difícil que já me dediquei, visto que eu ainda o conciliava com os outros trabalhos e com a escola, a qual eu deveria ter uma presença minima, consegui juntar o dinheiro suficiente para renovar meu visto e para fazer um curso de abseiling (IRATA level 1).

Graças a outros dois conhecidos a época, decidi me arriscar no emprego de fazer rapel pelos prédios da cidade. Um me incentivou me garantindo as grandes chances de se conseguir um emprego, o outro, me passou o emprego dele. Nessa levada, após uma semana de curso e com emprego garantido, comecei a trabalhar fazendo rapel nada mais nada menos do que na famosa Ópera House.

Isso tudo aconteceu mais ou menos com 4 meses de Australia, onde o inglês melhorava a cada dia, assim como a confiança. Falando em confiança, esse foi um problema bem desafiador, pois com a dificuldade da lingua tudo parecia mais difícil, o que levava a auto-estima lááá pra baixo. No entanto, após bastante treino psicológico, a mente começou a entender e a aceitar positivamente cada desafio (algo que sem duvida trago comigo até hoje e foi uma das lições mais importantes aprendidas por lá – recomendo “The four agreements” de Dom Miguel Ruiz). Problemas com chefes eram um pouco constantes, o que também valeu muito como aprendizado. Bom, após quase seis meses trabalhando nessa empresa, e após já ter mudado da cidade para a praia (melhor escolha que já fiz), consegui um emprego em outra empresa, graças àquele amigo que falei logo acima. Mudando de empresa tive trabalho mais constante durante os dois últimos meses do ano. No entanto, em janeiro….as coisas caíram. Como todos sabem, assim como para os brasileiros, o ano em janeiro ainda não começou e as coisas ficam um pouco mais difíceis. Procurando outro lugar para trabalhar, acabei por encontrar outra empresa de abseiling, onde trabalhei até deixar a terra tão amada. Claro que durante todo esse percurso, muitos outros bicos foram feitos, assim como muito estudo e festa aconteceu. Os estudos foram sérios, a distancia dos brasileiros também, o que me ajudou a aprender muito inglês e me fez ter amigos em todos os cantos do mundo.

Victor TapiasE sobre as festas e viagens? Bom, as festas em Sydney, ao meu ver, são bem sem graça. Tudo tem limite, de hora, de bebida, de tudo. Em compensação, eles tem os melhores festivais do mundo (mentira, não sei se do mundo, mas tem muitooo festival top). Festival alternativo, de musica eletrônica, de blues, etc. Quais mais recomendo? Confest, Rainbow Serpent e Woodford, um alternativo, outro eletrônico e outro folk. Claro, dentre outros milhares de festivais pequenos no meio da floresta, esses foram os três que mais vivi, principalmente devido ao tempo gasto nos locais (7, 6 e 10 dias respectivamente). Já em relação as viagens, conheci a costa leste como um todo, mas o que realmente recomendo são as praias ao redor de sydney, três horas pra cima, três horas para baixo. Se for no chamado verão (setembro a março/abril), vai ter sempre gente pra todo lado, sendo, de um modo geral, sempre uma galera gente boa, aberta pra trocar ideias e compartilhar historias.

Eu sei, o texto está ficando muito longo, então já é melhor parar por aqui. Só pra finalizar, então, a Australia foi animal, cumpriu e superou as expectativas, foram dois anos intensos onde consegui aprender como nunca antes. Como sempre digo, dois anos é um tempo bom porque conseguimos conhecer o país e repetir as estações do ano, já sabendo lidar melhor com as coisas, com mais propriedade sobre o que se está fazendo, aproveitando mais da vida no país. Como disse no começo do texto, fui para lá no inicio de 2012 e regressei ao Brasil no inicio de 2014, quando comprei uma passagem chamada ROUND ABOUT, algo muito louco que só vi por lá (mas que com certeza deve existir em outros lugares). Essa é uma passagem aérea que o da o direito de viajar ao redor do mundo (1 volta ao mundo retornando a Australia) e custava na época uns 200 dólares a mais do que só a vinda para o Brasil, ou seja, compensava muitooo!

A vivencia que tive por lá só me trouxe coisas boas, aprendi com as dificuldades e, sem duvida, me tornei uma pessoa melhor. Hoje tudo que faço por aqui devo as vivências que tive por lá. Sou professor de yoga, conduzo práticas de meditação ativa, treino AcroYoga e sou professor de inglês, tudo o que aprendi, mais uma vez, na Australia.

Falando nisso, ensino inglês com uma metodologia bem diferente, uma metodologia que ensina o aluno a se tornar um autodidata, sem precisar da presença de um professor ali, ao lado, por toda uma eternidade. Essa foi a metodologia que usei para aprender o inglês quando eu estava por lá (claro que com uma imersão muito maior, o que acelera demais o processo), pois percebi que só conseguimos aprender algo de fato quando fazemos algo que gostamos e quando nos dedicamos a algo de nosso interesse, nos conectando com o assunto. Sendo assim, quando regressei encontrei alguém que havia estruturado essa maneira de aprender/ensinar, o que me fez ficar fascinado ainda mais pelo estudo de línguas, incluindo, claro, o ingles. Logo, se alguém estiver pensando em fazer umas aulas para não chegar por lá tão cru como eu, evitando uma grande parte do sofrimento, não hesite em me enviar um e-mail para batermos um papo e eu poder lhe explicar mais sobre como isso funciona (victorgomes.self@gmail.com), ou até mesmo me mandar uma msg no face (Victor Tapias).

Bom galera, espero que esse pouco da minha historia na Aus tenha sido útil pra vocês e os tenha estimulado ainda mais a fazer esse role. Lembrem-se que qualquer dúvida que tiverem, basta comentar ai embaixo, que tentarei estar presente pra ajudar quando for preciso.

Falooo abrasss.

 

Aula de inglês Victor

Sobre o autor

NinaTag2019

Nina mora em Sydney desde 2010. É Diretora da Tagarela Intercâmbios & Migration, barista, baterista e developer. Criou o site Tagarela pra ajudar outros brasileiros que tem a intenção de visitar, morar ou migrar para Australia.

3 Comentários

Deixe seu comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.